Cómo conocí y me hice parte de la familia CMMAS – Joao Pedro Oliveira (Portugal)

Na nossa vida profissional como compositores, performers, investigadores e artistas em geral, a participação em encontros, festivais, conferências e outras atividades académicas tornou-se uma forma indispensável para a evolução e afirmação da nossa linguagem pessoal, assim como para um melhor  conhecimento do panorama contemporâneo da criação. É nestes momentos que a nossa perspectiva do mundo artístico evolui, se transforma, se integra no nosso pensamento e propõe novas soluções para os problemas de criação com os quais nos confrontamos diariamente.

No entanto, muitas vezes, estas interações com as atividades inerentes à nossa profissão/vocação, assumem um carácter efémero, que circulam dentro (e se limitam) ao período em que se projeta o em que participamos. Isso não significa que o impacto que sentimos sob o ponto de vista estético, emocional e artístico não tenha reflexo no nosso futuro, pois trata-se sempre de uma experiência pessoal, que terá significados importantes de acordo com cada momento vivido.

Mesmo assim, não é frequente encontrarmos um festival que propõe uma projeção no futuro, extrapolando conscientemente os limites da sua própria existência, para tentar chegar mais longe temporalmente. As exceções são muito raras. E o CMMAS é uma delas. Na sua existência de 15 anos, os dirigentes desta instituição perceberam que o efémero proposto por um ou mais festivais isolados no tempo deveria ser contestado, e que a projeção de ideias e acontecimentos no espaço temporal futuro seria fundamental para a afirmação nacional e internacional desses festivais/conferências/masterclasses. A evolução do conhecimento e das ideias está intimamente conectada com as ligações que sejam feitas para além dos limites no tempo das atividades referidas.

No CMMAS, são 15 anos de evolução, de projeções, de propostas, de ligações com outras instituições, com o meio académico, com outros festivais, e sobretudo, com os artistas que participaram e continuam a participar. E as marcas positivas deixadas nestas pessoas são inúmeras e de grande valor.

Tive o prazer de participar no primeiro Festival Visiones Sonoras, tive o prazer de assistir à criação do CMMAS, sua implementação no meio artístico e, sobretudo, ao crescente reconhecimento nacional e internacional que foi obtendo em todos os níveis – artístico, académico, educativo. E isto só foi possível graças a uma equipe coesa de diretores, assistentes, colaboradores e pessoal administrativo com visão para o futuro, e com uma proposta artística verdadeiramente visionária e com qualidade, que ultrapassa as paredes da sua localização física e que transpõe os limites do tempo em que se projeta.

São 15 anos de experiências extraordinárias que deixaram influências positivas em que quem participou, colaborou, ou simplesmente assistiu às atividades promovidas pelo CMMAS – concertos, festivais, conferências, aulas e muito mais.

Bravo! Oxalá o mundo estivesse repleto de instituições com a mesma visão, com o mesmo empenho e com a mesma vitalidade.

A todos vós deixo um abraço ao qual somo o desejo de longa e frutuosa vida ao Centro Mexicano para a Música e Artes Sonoras.

Santa Barbara, 5 de Maio de 2020

João Pedro Oliveira










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